Sunday, November 20, 2011

Couscouz Marroquino











O cuscuz é uma iguaria encontrada em vários lugares do mundo. De acordo com o lugar, sofre variações quanto ao tipo de farinha utilizada, carnes, vegetais ou queijos.
O cuscuz paulista tem uma consistência firme, geralmente preparado em formas de bolo; feito com farinha de milho e às vezes de mandioca, legumes e sardinha, atum ou camarão. O mineiro tem mais aspecto de “angu” e pode ser preparado com carnes, frangos e linguiça. O nordestino é feito nas famosas “cuscuzeiras” que cozinham a farinha de milho no vapor; ele geralmente é comido puro, com manteiga de garrafa; também pode-se adicionar queijo coalho e até coco. Diferentemente do paulista e do mineiro, que são servidos nas refeições “maiores”, o nordestino é servido no café da manhã e no lanche da tarde. No nordeste também encontramos o cuscuz de tapioca, que é feito com farinha de tapioca, leite ou leite de coco e molhado com leite condensado.
Não sei dizer quem nasceu primeiro, mas noto uma grande semelhança entre os diversos tipos de cuscuz e as farofas que conhecemos, até com o tal Pirarucu de Casaca, cuja receita já foi publicada nesse blog e também com a deliciosa paçoca e carne seca, batida com farinha de milho no pilão. Todas essas receitas têm um denominador comum: são pratos bastante calóricos, à base de farinha e carnes, feitos para “encher o bucho” por longas horas.
A origem mais provável do cuscuz é a região de Maghreb, no norte da África e as teorias mais aceitas é de que tenha chegado à Europa e se espalhado pelo mundo com a invasão muçulmana.
Nem mineiro, nem paulista, nem baiano. Hoje é dia de Couscous Marroquino. Couscous mesmo, como se escreve em suas origens. Conheci o couscous marroquino na casa de uma amiga descendente de árabes. Mas ela o preparava do mesmo que encontramos em alguns restaurantes, “temperado” com legumes, salsa e nozes, acompanhando carnes e peixes.













É uma excelente forma de comê-lo, até porque é um prato leve, bastante nutritivo e muito fácil de preparar, já que a semolina usada em sua preparação é uma espécie de “massa” pré-cozida derivada do trigo. Sendo assim, basta adicionar água fervente com azeite e sal e dentro de poucos minutos está pronto para comer.
Mas o Couscouz Marroquino é um pouco mais complexo. Anote aí seus ingredientes:
1 kg de semolina de trigo (Facilmente encontrada nos supermercados)
1 kg de paleta de cordeiro cortada em cubos
1 kg frango (eu prefiro usar somente as coxas)
1 kg de Merguez (é uma linguiça de cordeiro apimentada; caso não encontre substitua por outro tipo de linguiça fina)
1 kg de tomate para molho
1kg de cenoura
1kg de abobrinha
½ kg de nabo
2 kg de tomate para molho
300g de salsão
100g de uva-passa
500g de grão de bico
2 cebolas grandes
Alho picado
Salsinha
Cebolinha
Tomilho fresco
Pimenta-do-reino
Cravo
Canela em pau
Páprica
Cominho
Azeite de oliva
½ tablete de manteiga
Sal a gosto
1 copo de vinho branco
1 vidro de água de flor de laranjeira
1 tubo de pimenta para cuscuz Harissa
Modo de preparo:
Em primeiro lugar, coloque as passas de molho na água de flor de laranjeira e acrescente um pouco de vinagre e vodka ou pinga. Deixe de molho de um dia para o outro.
Coloque o grão de bico de molho na água por 3 a 4 horas e depois cozinhe na panela de pressão. Não deixe amolecer muito e reserve.
Preparo do cozido:
Numa panela grande e funda, derreta a manteiga em fogo baixo. Acrescente um pouco de azeite. Quando a gordura estiver bem quente, frite levemente o cordeiro e retire da panela. Frite então as linguiças e o frango nessa gordura. Quando estiverem bem fritos, devolva os pedaços de cordeiro à panela. Acrescente o tomate, a cenoura, a cebola, o alho, o sal, o azeite e as especiarias e faça um ramo amarrado com barbante juntando a salsa, a cebolinha e o tomilho e coloque na panela. Complete com um pouco de água e tampe a panela. Acrescente a pimenta do reino. Quando a cenoura estiver macia, acrescente o nabo, a abobrinha e o salsão. Cozinhe até que fiquem macios.
Preparo da semolina:
Ferva 5 xícaras de de água. Quando estiver fervendo, acrescente o sal e o azeite. E despeje na semolina. Tampe a vasilha e espere de 5 a 10 minutos para a água ser absorvida. Depois, solte a semolina com cuidado com a ajuda de um garfo.
Tudo pronto! Sirva-se com um pouco da semolina, os legumes e as carnes. Despeje um pouco do suculento caldo, regue azeite, jogue a uva passa por cima e coloque um pouco de pimenta.






Na minha opinião, o melhor acompanhamento para o couscous é o vinho. Nos dias frios, um bom tinto. Minha sugestão é o Catena Zapata Malbec, bastante encorpado e perfumado. Mas cai muito bem um branco e até mesmo um rosé nos dias mais quentes.








E bom apetite!